terça-feira, 22 de março de 2011

Presidente da Setec confirma denúncias na Câmara

Tereza Dóro, prestou esclarecimentos no plenário da Câmara de Campinas sobre o escândalo das aulas de tanatopraxia na tarde desta segunda-feira

A presidente da Serviços Técnicos Gerais(Setec), Tereza Dóro, prestou esclarecimentos no plenário da Câmara de Campinas sobre o escândalo das aulas de tanatopraxia na tarde desta segunda-feira (21/03), antes do início da sessão e confirmou todas as denúncias publicadas pelos veículos do Grupo RAC.

Durante a audiência, Tereza também pediu o apoio dos vereadores na apuração da sindicância aberta pela autarquia. As declarações não fazem parte do trabalho da CPI da Setec, mas as gravações serão aproveitadas para contribuir com a investigação, que é presidida por Petterson Prado (PPS).

Clínica

Os vereadores que integram a CPI da Setec pretendem investigar mais a fundo a atuação da Clínica Médica Nossa Senhora da Conceição Ltda., um grupo de quatro médicos e um patologista que responde pela assinatura dos atestados dos corpos que passam pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) — que trata apenas de mortes naturais — no necrotério do Cemitério Nossa Senhora da Conceição, nos Amarais, em Campinas.

Segundo a presidente da autarquia, Tereza Dóro, há mais de 15 anos essa é a única empresa que ganha todas as licitações públicas para atuar no local. “Informações que coletei mostram que outros grupos surgem, mas sempre acabam desistindo de manter seus nomes na concorrência. Gostaria de saber a razão disso”, questionou ela. Tereza ainda informou que a autarquia paga a esta clínica R$ 48 mil por mês.

Um dos médicos do grupo, Luiz César de Almeida, confirmou o fato. “É verdade e isso não é um problema nosso. Mantemos a clínica apenas para atender o SVO. Eles (a Setec) mandam carta-convite, põem anúncio em jornal, mas apenas uma vez apareceu uma outra proposta, que tinha um preço mais alto. As exigências da Administração Pública são muito grandes e difíceis de atender. Além disso, são poucas as pessoas que querem trabalhar com isso. Antigamente, a Setec nos chamava direto para fazer o serviço, mas aí o Tribunal de Contas (do Estado, TCE) informou que não poderia ser dessa forma. Assim, começaram as licitações que só nós participamos”, explicou Almeida.

Uma fonte da reportagem, que trabalha na Setec, apontou que, em alguns momentos, nenhum dos médicos da clínica aparece no necrotério e os atestados de óbito precisam ser levados em viaturas da Prefeitura até as suas casas para serem assinados. “Estamos lá nos 365 dias do ano, 366 quando é bissexto. Não vão todos. Às vezes, um está de plantão, outro não pode, mas sempre um de nós está no local sim”, garantiu Almeida
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