terça-feira, 22 de maio de 2012

Exposição ao bisfenol A no início da vida afeta aprendizado na idade adulta


Ao testar os efeitos da controversa substância química bisfenol A (BPA) em peixes-zebra (paulistinha), a equipe do cientista Daniel Weber da Universidade de Milwaukee, nos Estados Unidos, se encontrou em um território familiar.
Resultados do estudo demonstraram semelhanças aos identificados quando os peixes foram expostos ao mercúrio durante o estágio inicial de desenvolvimento.
Os cientistas puderam observar profundas alterações comportamentais que ocorreram não apenas o desenvolvimento inicial, mas também na idade adulta.
Como a exposição ao mercúrio durante o desenvolvimento, os peixes adultos expostos a pequenas quantidades de BPA durante a fase embrionária apresentaram problemas de aprendizagem e memória, em comparação aos que não foram expostos ao composto.
O estudo piloto é o primeiro a identificar um efeito neurocomportamental do BPA utilizando um modelo de peixe-zebra exposto a concentrações comparáveis às que os seres humanos encontram no ambiente.
"O que foi surpreendente é que a exposição só aconteceu na fase embrionária", diz Weber, que continua: "de alguma forma a fiação no cérebro tinha sido permanentemente alterada por ele."

Zebrafish como sentinelas

BPA é amplamente utilizado em embalagens de alimentos de plástico e forros de contentores. Relatos conflitantes sobre sua segurança tornaram objeto de debate público vigoroso.
A questão é a quantidade de exposição. Alguns trabalhos apontam que o risco de exposição ao BPA só existe em concentração superiores às encontradas no ambiente.
No entanto, resultados do presente estudo sugerem que as concentrações mais baixas podem ser mais potentes durante exposições no início da vida.
A pesquisa testou três diferentes - pequenas - quantidades consideradas ambientalmente relevantes.
O composto, que imita o hormônio estrógeno, foi adicionado para o ambiente aquático de embriões de peixes em seus dois primeiros dias de vida.
Em seguida, eles foram devolvidos à água potável para os dez meses que se seguiram enquanto se desenvolviam para a meia-idade adulta.
Os peixes-zebra amadurecem em pouco meses, por este motivo são modelos úteis para se testar os efeitos da toxicidade ao longo da vida.
Os cientistas também são capazes de controlar as condições e tempo de exposição com os peixes-zebra porque os embriões podem viver fora da mãe.
Os pesquisadores observam que as baixas quantidades de BPA utilizadas na pesquisa não são suficientes para causar malformações físicas ou defeitos cardíacos.
Mas o estudo indica que mesmo sem anormalidades físicas,déficitis comportamentais ainda podem ocorrer.

O exame

Usando um labirinto em forma de T, Weber liberou peixes adultos que foram expostos ao BPA quando embriões na base do T e os condicionou a escolher o braço esquerdo do cruzamento. Ele então inverteu a tarefa, condicionando-os a escolher o certo.Levou sete de dez ensaios para um peixe não exposto aprender isso.
Já o peixe exposto levou de duas a três vezes mais tempo para aprender a tarefa. Quase nenhum dos peixes expostos a níveis mais elevados de BPA aprenderam a mesma primeira parte da tarefa.(Isaude.net)

Fonte: www.douradosoagora.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário