segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Breast Cancer Fund promove testes para informar consumidores da presença de bisfenol A em enlatados


Ong vai arrecadar doações de até US$ 100 para realizar testes com alimentos e bebidas enlatadas que contêm a substância química


A Breast Cancer Fund, organização voltada à prevenção do câncer de mama, está lançando a campanha Cans Not Cancer. O objetivo é realizar testes com alimentos enlatados para que a sociedade seja informada sobre a presença de bisfenol A (BPA) nos produtos a fim de evitar o consumo dessa substância química.
O bisfenol A (BPA) foi originalmente destinado a ser usado como um estrogênio sintético antes de cientistas descobrirem que ele poderia ser um aditivo de plásticos e resinas. A mudança de sua utilização, no entanto, não alterou suas propriedades estrogênicas. O bisfenol A é usado na fabricação do plástico e no revestimento interno de latas de bebidas e de alimentos. Segundo pesquisas, pode provocar puberdade precoce, câncer, alterações no sistema reprodutivo e no desenvolvimento hormonal, infertilidade, aborto e obesidade. Por conta disso, já foi proibido na União Europeia, no Canadá, na China, na Malásia e na Costa Rica. Onze estados americanos também já vetaram o BPA em mamadeiras e copos infantis.
Atualmente, o BPA é uma das substâncias químicas mais produzidas em todo o mundo – está presente, por exemplo, em garrafas e recipientes plásticos, enlatados, recibos e seladores dentais, entre outros.
Nas latas, ele é usado como revestimento interno na forma de resina epóxi para evitar a ferrugem. O problema é que ele migra da embalagem contaminando os alimentos, principalmente os que apresentam alto teor de gordura, sal e acidez. Pesquisas sugerem que os alimentos são as maiores fontes de exposição do BPA e que, para adultos, as latas são as principais responsáveis.
E por que o BPA migra da lata para os alimentos? A resina epóxi mais comumente usada em enlatados é formada pela união de dois químicos: o BPA e o epicloroidrin. Quando as duas moléculas se unem, o copolímero resultante pode ser incompleto ou instável, permitindo que o BPA migre da resina para o alimento. O BPA tende a se desprender mais quando é aquecido e, como ele também é lipofílico (substância que tem afinidade com gordura), tende a se desprender mais em alimentos gordurosos.
Para informar a população sobre esses fatos desconhecidos, a ONG solicita aos sócios doações de entre US$ 25 e US$ 100 (dólares) por pessoa. A quantia arrecadada servirá, principalmente, para pagar as despesas dos testes e compartilhar as conclusões, que são de interesse público. Segundo a Breast Cancer Fund, a campanha, dirigida principalmente às mulheres, é “sobre a sua saúde, a saúde de nossas crianças e um futuro mais seguro em que as taxas de câncer de mama cairão porque reduziremos nossa exposição a produtos químicos”.

Fonte: www.otaodoconsumo.com.br

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