Produto químico usado para fazer plásticos, o bisfenol
A (BPA) foi tema de inúmeros debates sobre a sua influência no
desenvolvimento de crianças a ele expostas. Agora, um estudo publicado no
periódico Circulation sugere que a exposição ao produto também pode
aumentar o risco de doenças cardíacas em longo prazo.
A relação entre o BPA e problemas cardíacos foi pesquisada durante 10
anos por um grupo daUniversity of Cambridge, no Reino Unido. Os pesquisadores
compararam os níveis de bisfenol em 758 pessoas inicialmente saudáveis, mas que
desenvolveram doenças cardíacas ao longo da análise, e 861
pessoas que não desenvolveram qualquer problema do gênero. Todos tinham entre
40 e 74 anos quando foi feito o levantamento.
Os indivíduos que desenvolveram doença arterial coronariana apresentaram
níveis mais elevados do produto na urina no início do estudo do que aqueles que
não tiveram a doença. Os pesquisadores desconfiam ainda que o produto possa
atuar junto a fatores de risco como o tabagismo,
a pressão alta e o colesterol elevado. A exposição ao BPA costuma acontecer
inicialmente pelo contato com pacotes de comidas e bebidas, mas também ocorre
pela ingestão de água e até pela inalação do pó doméstico.
Proteja seu bebê contra o bisfenol e outras substâncias
tóxicas
No ano passado, a Anvisa deixou os pais em estado de pânico ao anunciar
a proibição do uso da substância bisfenol A, considerada tóxica, na fabricação
de mamadeiras e outros utensílios de plástico. Especialistas alertam,
entretanto, que ainda há inúmeras outras substâncias que temos contato
diariamente e que são prejudiciais à saúde, principalmente, das crianças. Mas
não é preciso privar o seu filho do contato com o mundo.
O segredo é ter cuidado com o excesso de alguns
elementos específicos, que podem causar desde alergias até complicações no
crescimento dos pequenos. "Muitas vezes, uma substância sozinha pode não
fazer nada, só que associada a outras pode produzir um efeito negativo",
alerta a endocrinologista Elaine Costa, membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia. Descubra quais são essas substâncias.
Mamadeiras
Estudos indicam que o bisfenol A - presente em plásticos duros, como o da mamadeira - pode prejudicar o metabolismo, as funções neurológicas e a capacidade de reprodução. De acordo com o pediatra Luciano Borges, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, a medida da ANVISA de proibir esse componente é uma ótima oportunidade de livrar-se de vez das mamadeiras em casa. "O ideal é usar um copo de vidro específico, que permite ao bebê fazer o mesmo movimento que realiza quando mama no peito da mãe, ao contrário da mamadeira", assegura o profissional.
Plásticos feitos com
Bisfenol podem causar câncer.
O Bisfenol A é um composto usado na fabricação de plásticos e
revestimentos de outros materiais. Conforme mostram pesquisa, a presença desse
químico no organismo humano pode causar anomalias hormonais e outras doenças,
como o câncer.
A discussão sobre a eliminação do BPA, como é conhecido o Bisfenol A, do
processo de manufatura do plástico é constante em âmbito internacional. No
Canadá, na França, na Dinamarca e na Costa Rica, por exemplo, é proibido fazer
uso desse elemento para a fabricação de mamadeiras, outras nações estudam
seguir o mesmo caminho.
No Brasil, o assunto ainda é pouco conhecido e ignorado por autoridades
e diversos setores da indústria. As discussões são recentes e foram trazidas
para o território nacional através da dupla Fabiana Dupont e Fernanda Medeiros,
tradutora e jornalista, respectivamente, através do site “O tao do consumo”.
O espaço eletrônico é usado para informar a população sobre os riscos
que o BPA pode trazer à saúde, mostrar como é possível se mobilizar contra as
indústrias que se apóiam no uso deste químico e quais são as alternativas
existentes para substituir o plástico.
“Hoje, nos Estados Unidos existem 80 mil químicos usados na indústria,
só 200 foram estudados com profundidade e apenas três foram proibidos”, explica
Fabiana, argumentando que boa parte dos efeitos que esses elementos podem
causar à saúde, sequer são conhecidos ou foram analisados. Portanto, “é preciso
buscar alternativas”, acrescenta ela.
Fonte: www.minhavida.com.br
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